Rumo a uma habitação sustentável e acessível: a impressão 3D é o futuro ou o presente?
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Rumo a uma habitação sustentável e acessível: a impressão 3D é o futuro ou o presente?

May 03, 2024

Nos últimos anos, a indústria da construção tem enfrentado desafios sem precedentes. A falta de trabalhadores qualificados está a aumentar os custos do trabalho, há uma escassez global de habitação e os efeitos das alterações climáticas em todo o mundo são mais claros do que nunca. Portanto, questionar os métodos tradicionais de construção e ultrapassar os limites da inovação tornou-se uma prioridade máxima, forçando a indústria a implementar novas tecnologias à medida que embarca na era da transformação digital. Há uma inovação, no entanto, que parece particularmente promissora: a impressão 3D para construção. Embora relativamente recente, a tecnologia já foi testada com sucesso em inúmeras estruturas, casas e edifícios de apartamentos, remodelando a construção residencial tal como a conhecemos. Assim, a impressão 3D poderá muito bem ser uma alternativa viável para soluções de habitação em massa mais eficientes, sustentáveis ​​e económicas num futuro próximo, impactando positivamente a vida das pessoas e contribuindo para cidades mais verdes e saudáveis.

Então, como funciona a impressão 3D? Simplificando, as formas tridimensionais são criadas através de um processo controlado por computador, sem o uso de cofragens. Usando uma grande máquina de impressão, o concreto (ou outros materiais como argamassa, solo, polímeros especiais ou plásticos reciclados e outros) é extrudado camada por camada para formar paredes, fundações, colunas, escadas e outros elementos de construção. Como o sistema é portátil, ele é adequado para produção externa, pré-fabricada e aplicação in-situ, eliminando a necessidade de realocação e calibração frequentes. Uma vez montada, a impressora opera ao longo de três eixos em uma estrutura metálica segura e pode ser configurada em qualquer direção para uma ampla gama de aplicações.

Eficiência

Sem dúvida, o processo de impressão oferece um potencial significativo para aumentar a eficiência e a produtividade. Não só oferece um elevado grau de fiabilidade no planeamento desde o início, mas também requer poucos esforços de coordenação e monitorização. Com materiais padrão, como madeira ou tijolo, as casas podem levar meses ou anos para serem concluídas. Mas com uma impressora 3D o tempo de construção reduz drasticamente. Na verdade, segundo Marco Vonk, Gerente de Marketing da Saint Gobain Weber Beamix, “você pode economizar cerca de 60% do tempo no local de trabalho e 80% na mão de obra”. Isso significa que uma casa pode ser construída do zero em questão de dias, o que também se traduz em menos custos. E ao contrário da construção tradicional – onde a precisão é limitada pelo erro humano ou pelas condições do local – o edifício resultante é uma cópia exacta do modelo digital, tal como se imprimisse uma imagem em papel. Nesse sentido, o processo automatizado requer pouca supervisão e nenhuma intervenção manual, reduzindo as chances de erros de projeto e lesões aos trabalhadores.

Sustentabilidade

Muitas vezes, a elevada eficiência energética e de recursos é sinónimo de sustentabilidade. Embora ainda haja um longo caminho a percorrer para que a impressão 3D seja 100% ecológica, ela certamente oferece excelentes benefícios ambientais, especialmente quando comparada aos métodos convencionais. Além de imprimir paredes ocas que naturalmente requerem menos material, a impressora utiliza a quantidade exata necessária para dar vida a um modelo digital, minimizando, em última análise, o uso de concreto. E como não há necessidade de instalação ou cofragem no local, os resíduos de construção – que normalmente acabariam num aterro – são significativamente reduzidos. Além disso, podem ser desenvolvidas impressoras 3D para fazer estruturas com materiais orgânicos, sustentáveis ​​e renováveis, como casas redondas feitas de terra crua, pequenas casas feitas de barro ou estruturas feitas de compósito de bambu. Assim, ao utilizar menos materiais, gerar menos resíduos, diminuir as necessidades de transporte e potencialmente utilizar materiais naturais ou reciclados, os edifícios impressos podem reduzir drasticamente a sua pegada de carbono.

Flexibilidade de projeto

Apesar de ser um processo automatizado que pode produzir o mesmo modelo repetidamente, a impressão 3D proporciona uma elevada flexibilidade de design. Como as alterações podem ser feitas facilmente no modelo digital e o sistema pode ser configurado de acordo com cada projeto, praticamente qualquer superfície e formato é possível: paredes curvas ou retas, superfícies lisas ou ásperas, planas ou angulares. Por exemplo, House Zero e Beckum House apresentam paredes curvas de dupla camada que, além de oferecerem eficiência estrutural, criam um movimento fluido dentro das residências. Desta forma, mesmo num processo extremamente produtivo, os arquitetos ainda conseguem explorar possibilidades criativas para criar edifícios únicos, inovadores e apelativos.